quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O que são nanocosméticos?

Biotecnologia e Nanotecnologia cosmética

As pesquisas científicas buscam avanços tecnológicos que facilitem e melhorem a qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, a combinação da biotecnologia com a nanotecnologia origina a nanobiotecnologia, que no desenvolvimento de formulações farmacêuticas e cosméticas permite a ação da substância ativa direcionada ao sítio alvo, demonstrando sua superioridade em relação à terapia convencional (Santos, 2010).
O reconhecimento da nanociência e da nanotecnologia, como uma tendência chave na ciência e tecnologia do século XXI, avançou no biênio 1997-1998, mesmo inicialmente sendo vista como ficção científica. A consciência global do potencial desta nova tecnologia criou um clima de competição científica e tecnológica, movendo recursos humanos e financeiros na indústria mundial. Estima-se que a produção industrial anual excederá a um trilhão de dólares, entre 2010 e 2015, requerendo aproximadamente dois milhões de trabalhadores. Estados Unidos (EUA), União Européia (UE) e Japão apresentam o maior nível de desenvolvimento em nanotecnologia. O ponto-chave dos benefícios econômicos da nanotecnologia será o estabelecimento de uma infra-estrutura capaz de educar e treinar um número adequado de investigadores, de professores e de trabalhadores técnicos, criando uma nova geração de profissionais hábeis, com perfis multidisciplinares que serão necessários para o rápido progresso dessa ciência. O governo brasileiro incluiu a nanotecnologia entre as prioridades e está determinado a levar o país a dar, nessa área, um salto similar ao obtido na biotecnologia. Mesmo não contando com uma política articulada para desenvolver o que promete tornar-se nas próximas décadas, a nova base tecnológica da economia mundial, a comunidade científica e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) estão convencidos de que o país tem tudo para conquistar alguns nichos importantes desse novo mercado. A nanotecnologia brasileira produz resultados de vanguarda nas áreas farmacêutica e de interface com a biotecnologia, dentre os quais podemos citar os nanocarreadores, usados em cosméticos e associados a medicamentos, como alguns quimioterápicos antitumorais (Ramos & Pasa, 2008).
A Nanotecnologia é definida como a tecnologia que envolve o desenvolvimento, a síntese, a caracterização e a aplicação de materiais cujos componentes sejam estruturados de forma que pelo menos uma das dimensões tenha tamanho nanométrico. O material em nanoeescala apresenta o tamanho de um bilionésimo de um metro e precisa ser ampliado mais de 10 milhões de vezes para poder ser observado a olho nu (Santos, 2010).
O físico Richard Feynman é considerado o pai da nanotecnologia e em 1959 em uma conferência nos EUA, falou pela primeira vez do controle e da manipulação da matéria na escala atômica.
Os primeiros produtos que prometiam combater as rugas se limitavam a esfoliar a área mais superficial da epiderme, a camada córnea. Na década de 70, surgiram cremes cujas formulações continham substâncias que conseguiam penetrar na pele, mas só na camada córnea. Nos anos 80, chegaram ao mercado compostos à base de alfa-hidroxiácidos, capazes de ir um pouco mais fundo. Na década seguinte foram os lipossomas, que são minúsculas partículas compostas de óleo e água, que chegavam ainda mais fundo na pele, mas não na camada basal. A Nanotecnologia, já empregada por diversos fabricantes de cosméticos promete vencer essa dificuldade. Nos produtos cosméticos e de cuidado pessoal, as nanopartículas estão na forma de nanoemulsões (Neves, 2008).A nanotecnologia aplicada à cosmética consiste em colocar ativos em partículas pequenas, que conseguem penetrar nas camadas mais profundas da pele, potencializando os efeitos dos produtos. Com isso, os chamados “Nanocosméticos”, cosméticos que contém ingredientes obtidos por nanotecnologia, conseguem agir na camada basal, o local de origem das células da pele.
Além de disponibilizar os ativos cosméticos para ação na camada basal, as nanopartículas permitem ainda um uso menor de tensoativos, estabilidade, melhora do sensorial e sofisticação para as preparações cosméticas.
Assim, as nanopartículas oferecem inúmeras vantagens para os produtos cosméticos e torna-se necessário que as pesquisas nesta área continuem para que cada vez mais novos produtos cosméticos possam assegurar qualidade, eficácia e segurança.
REFERÊNCIAS:
1)      Neves,K. Nanotecnologia em Cosméticos. Rev. Cosmetic & Toiletries. Vol. 20 jan-fev: 22-27, 2008.
2)      Ramos, B.G.Z. & Pasa, T.B.C. O Desenvolvimento da Nanotecnologia: Cenário Mundial e Nacional de Investimentos. Rev. Bras. Farm., 89(2): 95-101, 2008.
3)      Santos, J.S. Nanopartículas: Aplicações Cosméticas e Farmacêuticas, Editora Pharmabooks, 2010